segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Sexta feira 13 de agosto de 2010!!!

A voz D'Vina levando a MUSICATARINA ao debate promovido pelo DCE da UFSC, sobre "Produção cultural independente" com BNegão, no auditório do CSE.

Foi muito boa a proza!!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010



Promessa paga, literalmente!
Dízimo high tech, é foda né!?
Na próxima vez, quero passar o cartão!

Num canto legal!


Cobertura parcial da visita ao Pará.

Por que parcial?

É que tem coisas que não se escreve! rs.

Vinha visita ao Pará já era certa, á tempos que queria voltar para rever meus familiares e novamente sentir os sabores de lá, o calor do norte e o astral daquele povo alegre e hospitaleiro.

Já estive duas vezes por lá, mas faz muito tempo, 18 anos para ser preciso. Era criança e aproveitei tudo por indução e na inocência.

Agora minha visita tinha outros propósitos ou missões.

1- 1- Acompanhar minha avó que com avançada idade e problemas saúde, não pode mais viajar sozinha.

2- 2- Pagar uma promessa de minha mãe para Virgem de Nazaré, isso mesmo, “Eu” tinha que pagar a promessa dela. Mas tudo bem, o propósito era divino, ou Di Vina.

3- 3- Visitar minha família que reside no norte.

4- 4- Fazer contatos com coletivos de produção musical e trazer exemplos e parcerias para a MUSICATARINA

5- 5- Curtir!

Família

Tia Nita (irmã de minha mãe), se casou com um Paraense (Tio Nestor) e foi morar no norte em 1977. Desde então minha avó viaja para visita-lá, principalmente agora com a saúde mais fragilizada, vai todo inverno em busca de conforto térmico, se livrando do frio que lhe enche de dores.

Meu avô, (Seu Raulino, pai de meu pai) trabalhava com madeiras. Para se manter no ramo, resolveu investir numa madeireira em Tailândia/PA, no final dos anos 80, logo depois que foi proibida a extração nas regiões que compreendem a mata atlântica. Junto ao vô, foram pra lá 3 tios meus. Hoje o negocio com madeiras não existe mais, vovô vive na memória de o quem conheceu e no saudosismo de quem teve sua vida mudada por ele. Tio Neno voltou com sua família pra SC, porém tio Chico e tio Misíco resolveram mesmo assim ficar por lá, onde vivem suas vidas. Desta forma tenho no Pará, familiares por parte de pai e mãe.

Cidades.

Belém é uma cidade enorme, totalmente diferente do que estamos acostumados a ver no sul do país. Um choque cultural muito grande para qualquer um que nunca esteve lá. A região metropolitana da capital, tem mais de dois milhões de habitantes. É tão populosa que andando pela rua me sentia num filme oriental, lembra a loucura dos centros urbano da Índia, muita gente pra todo canto que se olha. Um aglomero humano, uma muvuca,” crowd fudido”! E isso porque fui em uma época em que eles consideram o período de férias, onde as pessoas se debandam para as praias e ilhas. Cheguei a ver do contra-fluxo, a imensa fila que se forma pra voltar das praias num domingo a tarde. Imagino o quão populoso e caótico deve ser o centro urbano no restante do ano. Por lá se vê bem explicita a grande diferença entre ricos e pobres. Em uma definição resumida, diria que Belém é uma cidade “Raimunda” (pois é feia, mas gostosa!). Faço essa analogia com base em alguns aspectos que me tocam. Digo “feia” no que se refere conservação. Casas, órgãos públicos,monumentos, etc... Muita pichação, rabiscos de gangues que passam longe da arte do grafite. As estradas além de esburacadas, são caóticas. É perigoso dirigir por lá, é preciso atenção redobrada, o transito é muito louco. Ou melhor, as pessoas são muito loucas no transito. Parece prevalecer a conveniência do “eu em primeiro lugar”, pessoas passando pela direita o tempo todo, se espremendo pra ganhar a vaga nas pistas, gente andando sem capacetes, buzinas soando o tempo todo... Uma loucura, mas mesmo assim, não vi nenhum acidente. O aparente caos, sustentado pela harmonia das vivências. Aos olhos de quem vem do sul, assusta um pouco. Mas a cidade é “gostosa” pelo seu povo. O Paraense é super simpático e acolhedor, alegre o tempo todo, fazem com que a gente se sinta bem na terra deles. Eu me senti tão bem que já estou querendo voltar. Digo mais, moraria lá não fosse ficar tão longe do meu filho. Todos de lá também tem uma curiosidade muito grande sobre o sul. Recomendo a visita, mesmo!

De Belém para Tailandia.

Tailândia é uma cidade que nasceu a partir da exploração da madeira, foi este o motivo que levou meu avô pra lá no final dos anos 80. Fez 18 anos que estive lá pela ultima vez, na ocasião a cidade tinha uns 15mil habitantes, hoje há quase 100 mil (ou mais). Existe ainda muita gente que trabalha no corte ilegal e morando na mata, mas não é mais esta a atividade que movimenta a cidade. E aquela paisagem que se via das estradas com arvores enormes, não existe mais, se elas ainda existem, estão muito longe da BR, onde não cheguei a me aventurar muito. No lugar do que havia antes, existem algumas fazendas de criação de gado bovino, muitos pastos sem gado e um pouco de mata. Que não é mais como era! Que no assombro da minha infância, lembravam aquelas arvores gigantes, que aparecem no Avatar. Em grande parte do trajeto Belém Tailândia, também se vê muitas plantações de palmeiras de dendê, para extração de óleos destinados a indústria alimentícia e geração de Biodiesel. Cidade de Tailândia fica a meio caminho entre Belém e Marabá, que é outro centro urbano Paraense. Assim como na maioria das cidades da região que se desenvolveram na base da exploração da mata em todo norte do país, a mão de obra veio de fora do estado, a maior parte dessa migração veio do povo nordestino, que fugia da seca em busca de melhores condições de vida. Tailândia é uma cidade violenta, daquelas onde não se senta de costas pra porta do buteco. Por ali as coisas ainda se resolvem na bala ou tessado (como chamam o facão por lá). Este senso de justiça prático, tem influência em alguns comportamentos. Há uma baixa incidência de roubos na cidade. Dificilmente as pessoas mexem nas coisas dos outros, eu podia deixar o carro aberto, chave na moto, etc... Um dia antes de minha chagada por lá houve um caso em que cidadãos revoltados cortaram as mãos de um ladrão. A policia parece não querer se envolver muito. Deve ser este o motivo de haver uma altíssima densidade demográfica feminina. Há muita mulher por lá, e mulheres bonitas ao contrario do que se ouve falar. Os homens lá quando não se matam, passam a semana no mato. O lazer lá é o banho. Além de muito quente (não tanto quanto Belém), a cidade é empoeirada, de uma poeira vermelha que impreguina, da agonia. Ainda mais pra quem anda de moto sem capacetes, tirava tijolos do olho(andar de capacetes por lá é perigoso, pode ser confundido com bandido). Mas o melhor jeito de banhar era nos igarapés, era meu passatempo preferido. Saia de moto atrás, desbravando, sempre com as orientações pra não cair em bocada braba. Tem uns que são populares, tipo praia badalada. Multidões, som rolando, geladinha, tecno-brega e melody no talo! Entristecedor é ver que já existem igarapés poluídos, daqueles em que eu me banhava na ultima vez que fui. Mas infelizmente isso ganha o nome de progresso no Brasil. Em suma, Tailândia é uma cidade que está crescendo muito rápido. E ainda há muito que se investir em educação por lá, para que este crescimento seja sustentável.

Cultura

O estado do Pará é um lugar de cultura impar. Lá existem coisas que só se vê por lá. A capital, por onde tudo começou, é a porta de entrada e saída para a Amazônia, toda uma região que teve seu desenvolvimento impulsionado pelo transito fluvial. Barco ainda é um dos meios mais eficazes de locomoção para algumas cidades de lá, embora hoje o estado do Pará inteiro possua estradas, porém em péssimo estado de conservação.

O povo é hospitaleiro e divertido, com o astral sempre nas alturas. Tem um enorme interesse em fazer o visitante se sentir bem. A cultura indígena é muito forte, ela aparece na gastronomia, nos traços dos rostos das pessoas e se mantém viva nos nomes de cidades, bairros, ruas, rios, que de alguma forma tem uma relação ao seu significado no dialeto Tupi.

Além da cultura indígena, é muito forte a influência nordestina, pessoas que vão ao Pará em busca de melhores condições de vida, pois ao contrário do nordeste, há por lá uma grande fartura o ano inteiro. Peixes, frutas nativas, terras férteis. E quem não planta ou extrai da natureza seu sustento, o consegue com baixo custo. Existem feiras para todo lado. Como dizem por lá, “aqui só passa fome o cabra que é malandro”.

Há muitos casarões do período colonial no centro histórico da cidade de Belém, assim como vi também em Abaetetuba, outra das cidades que conheci. É uma viagem no tempo andar por lá, uma aula de história. Calçadas feitas com pedras de cantaria, vindas de Portugal para estabilizar os navios e aqui eram substituídas pelas nossas riquezas. Tudo por ali é patrimônio tombado. Muitos desses casarões estão abandonados, caindo aos pedaços. É caro fazer a manutenção deles e muitas vezes economicamente inviável, as características precisam ser preservadas, o que gera um desinteresse por parte da indústria imobiliária. E é perceptível o descaso do governo nessa questão, já que o centro histórico é enorme. O aluguel por lá é muito barato comparado com outros lugares do Brasil, em se tratando de área comercial e centro histórico da cidade num só local. Potencial turístico e comercial juntos. Deu vontade de alugar um e abrir meu tão sonhado buteco!

Foi com essa sacada que uma galera esperta de Belém desenvolveu um projeto maravilhoso. O Casarão cultural Floresta Sonora (http://www.casaraofloresta.com/), fiquei boquiaberto com a estrutura que essa galera montou, deu uma inveja sadia. Tem estúdios de ensaio, de gravação, de produção de áudio-visual, atelier para oficinas de luthieria, de grafite, um salão de convivência enorme para reuniões, salas de aula, alojamento para artistas de outras cidades que vem fazer show ou gravar. Um grande exemplo. Mas o exemplo maior que trago é na união do pessoal. Ela não só é vista na utilização do espaço e desenvolvimento das atividades, mas também num interesse maior de ver a cena paraense funcionando e se projetando ao resto do Brasil. De uma afirmação da identidade musical. São inúmeros coletivos atuando (destaque: http://www.megafonica.blogspot.com/ , http://www.coletivoradiocipo.org/ , http://www.rockpara.blogspot.com/, http://www.newamazoniasmusic.com/ , entre outros), vários festivais de renome e projeção nacional (destaque: http://www.serasgum.com.br/ , festival Megafônica, Yamada Festival, entre outros).

Além das bandas que atuam na cena de música alternativa, há no Pará uma diversidade muito grande. Existem ritmos mais tradicionais, como carimbó, brega, e outros mais atuais derivando destes, como Tecno-brega, melody entre outros, que só um paraense da cena pra poder detalhar melhor ou estando lá pra sacar. É meio difícil vir de fora e querer tecer uma crítica analisando a estética dessa música, mas o interessante é ver como funciona a cena que se movimenta com esses ritmos. Existem por lá as tais “festas de aparelhagens” que consistem em aparatos de sonorização “Ultra Mega Power” (tanta potencia que revira as tripas), que fazem tours pelo estado levando seus próprios DJ’s, que em meio a pirotecnia remixam os hits das bandas das comunidades, dentre algumas das mais conhecidas tem o Super Pop, Tupinambá, Rubi, etc...Da uma sacada nisso (http://aparelhagemsonora.blogspot.com/ ). Da de ver de longe os canhões de luz apontados para o céu e indicando a festa, tal qual comissário Gordon chamando Batman. Para os leigos num exemplo grosseiro, lembra (bem de longe!) o movimento dos bailes funk do Rio de Janeiro (aqueles que de funk não tem nada e fazem James Brown dar pulos no caixão), onde citam nomes das galeras e comunidades, com direito a piriguetagem na versão local. A diferença é que não se rebola até o chão, mas se dança agarrado como em dança de salão. Quase todas as rádios tocam esse mesmo ritmo, as propagandas e veinhetas também, parece ser a mesma música, no máximo existe uma pequena variação de BPM, mas na grande maioria é bateria eletrônica, teclado sintetizador, baixo (linhas prontas de tecladinho japonês) e voz, que sempre é carregada de efeitos, octave quase sempre. Ou seja, um figura no teclado e uma gata cantando fazem o baile. E especificamente nas festas de aparelhagens, nem precisa desses dois figuras, o DJ faz tudo sozinho no remix. E outra, falam pra caramba, o tempo todo agradecendo a presença de seus chegados, patrocinadores, autoridades, traficantes, etc... É uma comédia. No fim da festa sai um disco quentinho, com toda essa falação e agradecimento, que no dia seguinte vira sucesso de vendas na rede de pirataria por míseros R$2,00. Sim, isso mesmo, nosso pirata aqui é um roubo, agora eu acho que 5 pila é uma facada. Já que pela lógica existe margem de lucro nesses 2 pila. Resumindo, todo mundo compra. Se populariza o ritmo, se populariza a festa, se popularizam os hits, se populariza a identidade musical paraense. E dessa forma a cena existe e se sustenta.

A música alternativa, dos músicos, dos instrumentistas, que lapidam nota a nota timbres no tempo. Vem de contra todo esse movimento na busca por um espaço. A mesma ladainha que se ouve em qualquer canto desde a época do “Dancing Days” e “Embalos de Sábado a Noite”, cultura DJ. Mas o que me felicita, é que por lá músicos que brigam por espaço com uma cena eletrônica de identidade local, e não contra uma cultura industrial globalizada. E outra, na região metropolitana da capital, há um aglomero humano que ultrapassa de longe os 2 milhões de habitantes, tem lugar e ouvidos para todos. Rola balada todo dia, de segunda à segunda e para todo os gostos. Já estou aqui maquiavelizando e articulando maneiras de voltar lá a trabalho, promovendo um intercambio artístico entre sul e norte do Brasil. Em geral, toda essa diferença e diversidade fascina. E ainda tenho muitas coisas pra falar de lá. Mas como tenho tentado me fazer entender, a experiência vale mil vezes mais que qualquer definição.

Fica aqui o convite a todos para ir conhecer.

Abraço!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nada (era pra ser sem título!).

O que eu queria mesmo era postar o nada.

O vazio, o silencio da mente.
Pensem no Nada e Ouçam o silencio da mente agora, para compreender o que quero que compreendam.

Tente pelo menos uns 30 segundos, duvido!

huahuahuhauhuahuahua

Não consegues!
Universo se afirma em possibilidade.